Eu como intercessora e a dura resposta de Deus

Na serenidade de uma noite estrelada, no ano de 2003, vivi uma das experiências espirituais mais profundas da minha vida. Sozinha, em oração, contemplando o céu, sentia a presença de Deus como um abraço silencioso. As estrelas, sempre tão familiares para mim desde a infância, pareciam sussurrar segredos antigos — como se cada brilho contasse uma história do céu.

Foi através delas que Deus despertou a minha consciência espiritual. Meditava sobre a criação e via como cada estrela, com seu brilho único, ocupava seu espaço no céu sem apagar a luz da outra. Era como se o próprio universo me ensinasse sobre respeito, propósito e singularidade.

Naquela comunhão com o divino, fui tomada por um êxtase de amor e gratidão. Sentia Deus dentro de mim. Mas mesmo envolvida por essa luz, me vi, como tantos de nós, questionando: “Qual é a minha missão na Terra?”

Apresentei minhas angústias a Jesus. Falei do meu marido, das minhas orações que pareciam não surtir efeito, da constante entrega à missão de ajudar o outro — mas sem saber exatamente onde eu me encaixava nessa história. E então, veio a resposta… Mas não como eu esperava.

Em um estado espiritual elevado, fui cercada por muitas pessoas pedindo ajuda. Elas diziam: “Fale com o seu amigo. Ele está lá, na entrada.” Sem entender, procurei esse amigo — e lá estava ele: um jovem humilde, sereno, com menos de 30 anos. Nunca imaginei que ele fosse o canal daquela resposta divina. E foi.

Ele se transfigurou diante de mim, vestindo uma batina azul-marinho. Aí eu soube: era Jesus. Olhou em meus olhos e disse com firmeza:

“Tire esse vestido. Vista o mais simples que você tiver. Depois venha a mim.”

Foi como um choque. Em desespero, procurei um vestido simples e não encontrei. Até que compreendi: o que Ele queria de mim não era um vestido. Era humildade.

Naquele momento, percebi que, ao tentar ser atendida primeiro, eu estava me colocando acima dos outros. Mesmo com dons espirituais, eu precisava aprender que a verdadeira missão exige humildade, empatia e respeito.

Voltei ao encontro Dele, e antes que eu dissesse qualquer palavra, Ele me disse:

“Você quer saber qual é a sua missão? É orientar as pessoas. Quanto ao seu marido, oriente-o e ele fará.”

A resposta veio. Clara. Direta. Amorosa e, ao mesmo tempo, dura como toda verdade transformadora.

Aquela noite me ensinou que interceder por alguém não nos torna melhores. Que os dons espirituais não nos colocam acima de ninguém. E que, diante de Deus, o mais simples é o mais grandioso.

A humildade eleva. O orgulho nos afasta. Que possamos, com fé e amor, nos despir dos nossos “vestidos” de vaidade e vestir a alma com simplicidade, luz e compaixão.

Paz e luz!

Joaquina Donato

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Meu nome é Joaquina Donato, nasci em 1963, sou sensitiva e me considero mística por natureza, pois aprendi desde muito cedo a conviver com o mistério.