No dia 24 de junho de 2019, dia em que a Igreja comemora São João Batista, enquanto eu me encontrava em oração, fui levada espiritualmente a uma igreja, meu sentimento foi de muita vergonha ao me deparar com tanta sujeira. Pelo que eu pude perceber, é vergonhoso o que está acontecendo no lugar que deveria ser exemplo de limpeza, mas que se transformou em depósito de lixos, o que representa a situação da Igreja nos dias de hoje.
Esta profecia mostra não só a podridão dentro e fora da Igreja, mas também me mostrou uma faxina sendo feita, o que vi na verdade foi uma reciclagem do que ainda poderá ser reaproveitado. É uma situação muito triste para nós cristãos, mas que muito em breve chegará ao fim.
Deus fez com que eu entrasse na igreja para ver com meus olhos, fiquei em pé logo na entrada do lado direito, mas somente observando a situação. Algo que mais me preocupava no momento era a insegurança, eu sabia que o risco de ser roubada era grande. Após observar o interior da igreja, saí e percebi que a situação ainda era pior, eu nunca vi tanta sujeira, tanto na frente quanto ao redor da igreja estava tomada por muito lixo. Senti muita vergonha ao ver tudo aquilo, isto pelo fato de tratar-se da casa de Deus, percebi também o quanto falhei, pois deveria ter contribuído na limpeza para que não chegasse a tal ponto, pois fedia a podridão do inferno, como dizia Santa Catarina.
Vendo tudo aquilo, também me senti culpada por não ter feito a minha parte, pois, ao invés de ficar olhando do lado de fora, eu teria que botar a mão na massa e ajudar na limpeza. Pensando nisso, tomei a iniciativa, me aproximei do lixão e juntei um pacote pequeno de lixo, foi aí que percebi que havia chegado o dia de uma grande faxina na Igreja. Não dava mais para continuar acumulando lixos, havia chegado o dia em que o “caminhão do lixo” ia passar para recolher os entulhos. Mas antes disso, alguém veio à frente para fazer a separação, pois nem tudo deveria ser descartado de vez, dentro dos sacos de lixos haviam algumas coisas que, após fazer uma reciclagem poderia ser reaproveitado.
Vi um jovem muito simples chegar e entrar no lixão, ele era muito discreto, mas sabia perfeitamente separar o que seria o joio do trigo. Então, timidamente, peguei o meu saquinho de lixo e fui até ele para ver se dava para salvar alguma coisa. Notei que o jovem estava com um saco enorme de lixo aberto. Fiquei impressionada com a rapidez com que ele retirava daquele saco somente o que era reciclável e transferia para outro saco também muito grande, prestei bem atenção na separação que ele fazia. Compreendi, que apesar de estar tudo no mesmo saco, ainda era possível salvar alguma coisa, pois nem tudo estava perdido.
A impressão que tive foi que ele começou pelo centro do lixão e pelos sacos maiores, mas todos, independente se eram grandes ou pequenos seriam abertos e separados por ele, antes de serem recolhidos. Não olhei para o rosto do jovem, mas certamente ele estava triste, muito triste. Eu só perguntei se no meu saquinho dava para aproveitar alguma coisa, ele me olhou rapidamente e disse algo que não entendi, nem olhou meu lixo. Continuou o seu trabalho, colocou a mão dentro de um outro saco, tocou em algo podre, aí não suportei o fedor e me afastei.
Mais uma vez fiquei observando a que ponto chegamos, refleti, como poderia em meio a tanto lixo, tudo já contaminado, mas ele ainda conseguia ver e separar algo de bom para ser reciclado. Enquanto o jovem fazia a separação do lixo, eu voltei para a porta da igreja, pois a minha preocupação maior ainda seria o roubo. Percebi que algumas mulheres estavam saindo de dentro da igreja, senti falta de algo que me pertencia, mas que alguém havia passado a mão, eram coisas materiais, não fiz muita questão.
Pouco tempo depois, voltei para ver como estava a limpeza, não vi mais os sacos grandes, só restavam uns três sacos pequenos para serem abertos, os demais sacos de lixos, até os que seriam reciclados já haviam sido recolhidos. Então, pude notar a limpeza, tanto dentro como ao redor da igreja, logo, senti a grande diferença, eu podia respirar sem medo, o ar era outro.
Diante desta visão, posso dizer de maneira geral, estamos sufocados em meio a tanta podridão, todos nós fomos contaminados pela corrupção e pela falta de respeito, hoje, tanto dentro, como fora da igreja, somos entulhos, somos lixos aguardando a reciclagem que muito em breve acontecerá.
Nossos dias estão contados, Jesus voltará para separar o lixo que representamos na face da Terra. Como pude perceber nesta visão profética, ainda não será o fim, teremos ainda uma chance, a da reciclagem, mas muito pouco será reaproveitado. A Igreja não morrerá, ficará por um fio, mas sobreviverá.
Percebo que essa luta do Papa Francisco para salvar a Igreja seja o início dessa reciclagem, talvez o papa represente esse jovem simples, corajoso e que não tem medo de botar a mão na podridão, por isso começou pelo centro. Vai feder sim, mas é preciso descartar de vez tudo o que for lixo e que esteja contaminando os fiéis, não adianta fechar os olhos e fingir que não vê, temos que enfrentar os poderosos e pelo menos tentar fazer a nossa parte.
Sabemos, no entanto que a Igreja faz vistas grossas e tenta tapar com a peneira, não o sol, mas a podridão que tomou conta daqueles que se dizem os donos da verdade e que deveriam ser exemplo. Eu não tenho medo de mostrar o que Deus tem me revelado, a Igreja sabe muito bem o que é certo e como acabar com o lixo que vem acumulando há anos, o que falta é coragem de assumir o seu papel de mãe e encarar a realidade.
Não pensem com isso que não amo a Igreja, amo sim e muito. Sofro imensamente com tudo o que está acontecendo e com tudo o que vejo através de revelações divinas. Tudo tem solução, mas é preciso iniciativa e coragem, muitas coisas já estão silenciosamente acontecendo e cada vez mais constatamos a falta de fé das pessoas que já não sabem mais no que acreditar. Agora eu pergunto: Se continuar como está, onde vamos parar? Pensem nisso!
Referência da imagem em destaque: Imagem de Christel SAGNIEZ por Pixabay
Paz e Luz!
Joaquina Donato